Olá amigos,
O BLOG NA TRILHA ESPÍRITA apóia-se nas letras e mensagens das músicas populares para discutir um assunto sob a ótica espírita, e com muito prazer recebo a visita de vocês nessa página para leituras e reflexões.
Vai pela estrada um carro possante dirigindo a 110km/h, logo a frente, em uma subida bem íngreme, um caminhão muito carregado encontra dificuldades para subir, e sobe a lentos 30km/h. O carro veloz e possante que vem atrás, reduz a velocidade, pisca o farol alto, buzina, e por muitas vezes solta o popular grito de “Sai da freeeeeente...”
Como se isso fosse possível!
Aquele caminhão não rende mais pois não consegue, não depende da vontade do motorista ou de algo que possa fazer com que ele suba rapidamente, ele está no seu limite, fazendo o melhor que pode naquele momento, utilizando-se de todas as forças que tem. Mesmo lento, ele está se esforçando ao máximo, e o motorista do carro veloz não percebe isso e cobra do caminhão aquilo que ele não pode dar. Quem sofre com isso é o motorista do carro veloz, pois seus gritos não ajudarão em nada, a não ser para lhe deixar mais irritado ainda, e o coitado do motorista do caminhão que precisa ouvir impropérios e cobranças que estão além de suas forças.
Agora eu lhes pergunto, na nossa vida, quantas vezes não encontramos caminhões lentos na nossa frente e ficamos exigindo dele algo que ele não pode nos dar?
Isso é muito comum no círculo familiar. Muitas vezes cobramos de nosso pai, de nossa mãe ou irmãos atitudes que gostaríamos que eles tivessem no dia-dia, e essa atitude esperada por nós não acontecendo nos faz sofre.. “Ah eu gostaria tanto que meu pai fizesse as pazes com meu irmão..” e cobra-se do pai e do irmão.. “Ah, como eu gostaria que minha mãe freqüentasse a casa espírita, seria tão bom para ela...” e ela não freqüentando a casa espírita sofremos, achamos que ela não contribui, etc.. etc... Ficamos com o sofrimento para gente e não entendemos que cada pessoa está no seu momento.
Na grande maioria das vezes a pessoa está se esforçando, está fazendo o melhor dela, de acordo com a capacidade que ela tem naquele momento e a gente espera que ela faça diferente.
Pessoas que tem atitudes de ignorância, de ira, de brutalidade, de inveja reagem assim pois no momento é isso que elas tem para oferecer. Não adianta cobrar delas gestos dignos de Chico Xavier ou de Madre Tereza. Evidente que ela pode (e deve) lutar para burilar esses sentimentos, que podemos colaborar para isso, dar conselhos, orientar a nosso modo, mas uma vez que essa pessoa não age conforme nossos conselhos, paciência. Saibamos compreender cada um a seu momento.
Um gato não vai latir, um cachorro não vai relinchar.. cada um tem a sua característica e nem por isso um é melhor ou mais importante que o outro. Cada um no seu momento.
Sem contar que se a pessoa tem algo que julgamos (e quem somos nós pra julgar?) inadequado, precisamos também enxergar que por outro lado, sem dúvida, essa pessoa tem muitas qualidades que merecem elogios. Ninguém é todo ruim, nem todo bom. Estamos aqui justamente para lapidar nossas más tendências. Então que saibamos valorizar aquilo que a pessoa tem de positivo, e a compreendamos no seu momento.
O círculo familiar realmente é uma oficina grandiosa em nossas vidas, onde cada qual se encontra em um momento, e essas diferenças nos dão oportunidades incríveis de olhar para todos com amor e compreensão.
O texto de hoje não foi inspirado em nenhuma música, contrariando a lógica do blog, era apenas um assunto que eu gostaria de escreve tendo observado isso constantemente na conversa com amigos; exigir das pessoas mais do que elas tem pra oferecer.
Muita paz!