sexta-feira, 5 de agosto de 2011

NOS BAILES DA VIDA


Olá amigos! Obrigado mais uma vez aos irmãos e irmãs que visitam esse blog, e buscam mensagens novas a cada semana. Como dito inúmeras vezes, esse Blog apóia-se em músicas populares para debater um assunto qualquer. E hoje vou puxar a sardinha pro meu lado, com a licença de vocês, mas quero comentar a letra de uma música que me retrata. Por muitos e muitos anos essa canção foi a tônica da minha vida, e ouvi-la é sempre um balde de nostalgia para mim.


NOS BAILES DA VIDA
(Fernando Brant / Milton Nascimento)


Foi nos bailes da vida ou num bar em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão.
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim


Cantar era buscar o caminho que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe tudo tão bom
Até a estrada de terra na boléia de caminhão
Era assim


Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se for assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso
de viver nem de cantar


http://www.youtube.com/watch?v=9S4d_SF8FkY


Lindíssima canção! Ah, quantos e quantos bailes não animei?! Em troca de pão, literalmente, sendo que isso era o que menos importava, o que nos movia era outra coisa. Vi muitos artistas talentosíssimos começarem suas carreiras, e sumirem sem nunca terem tido uma oportunidade grande.


Nada era longe. Me lembro de shows no Mato Grosso enfrentando inacabáveis 31 horas (somente de ida) de ônibus e caminhão em estrada de terra, exatamente como diz a música. Simplesmente para chegar lá, subir no palco, tocar umas músicas e vir embora. E não foi só uma vez não... Era assim!


O artista realmente tem de ir onde o povo está, essa frase é realíssima. Se é lá que nos querem, lá iremos, mesmo que leve horas e exija sacrifício. Foi sensacional passar por cada cidade que passei ao longo de quase 14 anos viajando com bandas. Abraçar cada pessoa que abracei, cada olhinho que fiz brilhar, romances que certamente começaram ao som de nossas canções, autógrafos que assinei com carinho, coisas que não tem preço, e não ficam pela estrada, trago comigo guardadas dentro de um peito saudoso e cheio de lembrança boa.


Tocando me disfarço. Visto minha fantasia imaginária de super-herói, deixo de ser o Gustavo Musa e naquele momento sou quem eu quiser ser com a força de meu pensamento. Levito, transbordo, entro em êxtase, tenho forças, poderes utópicos, um violão no colo me leva onde eu quero e não me canso de viver, nem de tocar! Não sei se essas palavras são de possível compreensão a quem nunca subiu em um palco e levou emoção às pessoas, mas quem já fez isso sabe exatamente a magia de um palco.


Nasci para isso. Não me restam dúvidas. E não tem nada a ver com ser bom, ou ser ruim... talvez eu seja bem ruim, mas nasci para fazer isso. Certamente em algum momento dessa minha existência eu seria apresentado a um violão. Carrego isso comigo, e não é de hoje, podem crer!


Mas qual a lição espírita a tirar disso?


Muitas! Incontáveis!


A primeira delas é a de se lutar por um sonho, por um objetivo. Fazer aquilo que se gosta e julga correto, independente do “pão” que se receba em troca. Cientes de fazer o melhor, o resultado positivo a frente é conseqüência natural do trabalho.


Lição que pode ser aplicada em nosso dia-dia. Em nosso trabalho, nossa vida, nossa família, fazermos o melhor sem esperar nada em troca.


Segunda lição, a que ninguém agrada a todos. Essa é indiscutível. Por mais que nos esforçássemos na tentativa de agradar a todos, evidente que isso não acontecia. Lutávamos para agradar o maior número de pessoas possível. Sempre haviam os insatisfeitos. No começo isso nos abalava, depois aprendemos a ver isso de outra forma.


Mais uma lição que está impregnada em nossos dias. Ao nosso redor sempre haverá alguém que nos desafie, que dirá que faria melhor, que não fizemos certo, e compreender isso sem maiores importunos é gesto de amor. Aceitar o outro com sua opinião e em seu momento atual. Principalmente se você está a frente de alguma coisa, de uma empresa, de um grupo de pessoas, seja o que for. Entenda as opiniões contrarias, não se abale por elas, e bola pra frente. O importante é fazer o justo segundo seu coração mandar. Errar é humano, erros de nossa parte acontecerão, o que não deve haver é a má fá, errar com intenção de prejudicar alguém. Do contrário, relaxe e siga seu caminho. Lembre-se que nem nosso Mestre maior, Jesus Cristo agradou a todos.


São inúmeras as lições que se tira depois de anos e anos na estrada com um violão nas costas e um teclado na bagagem.


Agradeço a você pela leitura, espero ter colaborado com as palavras, que como disse, hoje puxei a sardinha pro meu lado sem modéstia alguma.


Muita paz!



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