MORTE?

Olá amigos, mais uma vez estamos aqui para nosso encontro quase semanal e debatermos assuntos tão pertinente a nossa realidade. Que tal falarmos da morte?

O que seria? Como ocorre? Por que fugimos tanto do assunto? Por que o medo? Morte ou vida? Como encarar esse momento inevitável, a única certeza que temos.

Há pessoa que não gostam nem de debater o assunto, quanto mais aceitar ele, mas proponho que façamos uma reflexão saudável.

Morte ou vida? O que vem depois da sepultura?

A resposta depende do ponto de vista. Se encararmos que a vida é estar preso ao cárcere do corpo, refém de nossas barreiras corporais, fadados ao túmulo como ponto final de uma existência, uma espécie de escravidão que nos humilha, momento com início, meio e final, aí nesse caso a vida não é vida; é morte!

Agora se passarmos a ver a morte como a libertação do espírito, retorno a pátria espiritual, onde voltaremos ao convívio de pessoas e seres que se equivalem a nós em suas condições, onde nos alamos ao alto céu num rápido transporte, junto do amor de Deus e do amparo acolhedor de Jesus, então a morte não é morte; é vida!

Querer morrer ninguém quer, evidente, e esse texto não trata disso, mas aceitá-la como parte de um processo de transformação assim como o da lagarta e da borboleta e nos prepararmos para isso é fundamental.

Temos sonhos, anseios, família, esperança de realizar nossas mais íntimas vontades, e querer estar vivo para ver tudo isso acontecer é legítimo. Viver é uma maravilha, um presente que Jesus nos dá de tempos em tempos, verdadeiro tesouro na jornada evolutiva que precisamos saber aproveitar da melhor maneira possível.

Na hora da despedida (momentânea) faremos uma análise de nossos momentos na carne, e se o saldo for positivo certamente o temor do desencarne será nulo ou quase zero.

A dor da saudade é avassaladora, mas saibamos que não é porque “morremos” que deixaremos de ter contato e carinho por nossos entes. Eles estarão certamente muito bem amparados pelos bons amigos que zelam por eles e por nós. O reencontro é breve, pode apostar.

Vejam que curioso, se escrevermos as palavras vida e morte seguidamente, e pegarmos o final de uma e o começo de outra formaremos uma palavra esclarecedora para o assunto, vejamos: vidAMORte. Amor é o fio que une as duas palavras!

Façamos nossa reflexão íntima e busquemos em nós mesmos motivos para estarmos preparados para quando o momento chegar.

Na consoladora doutrina espírita, encontramos muitas explicações e respostas para o tema, um tanto quanto tabu, porém quando tratado com naturalidade (afinal essa é uma certeza incontestável e não há porque não ver assim) podemos tentar compreender melhor esse momento.

Deixo as perguntas para que cada um responda a si:

Por que esse apego que se tem a vida? Por que esse medo que se tem da morte?

Todo esse texto foi inspirado na belíssima música O Eterno Enigma do grupo AME, http://www.youtube.com/watch?v=Q2AnS70PzD4 , grupo esse que foi extremamente gentil em nos ceder a partitura dessa canção para ensaiarmos em nosso coral, e só tenho a agradecer. Obrigado amigos!

Também é preciso comentar que essa música foi composta em 2003 por Catullo da Paixão Cearense, desencarnado em 1946... Morte??

Já está respondido não é mesmo?!

O Eterno Enigma
(Catullo da Paixão Cearense, Índio do prado, Tarcísio de Lima)

Se vida é ter a gente a alma retida
No cárcere do corpo de tal sorte
Que a ele fique assim sempre rendida
Então a vida não é vida, é morte!

Se morte é o eximir-se a alma do forte
Grilhão da carne alando-se em seguida
Para o alto céu num rápido transporte
Então a morte não é morte, é vida!

Se vida é, da alma, a escravidão que a humilha,
Treva que envolve a estrada que palmilha;
Se morte é a mutação de sua sorte

E a volta sua, livre, à luz perdida
Por que esse apego que se tem à vida?
Por que esse medo que se tem da morte?

Obrigado a todos que lêem o blog e indicam aos amigos.

Muita paz!

VEM COMIGO

Olá amigos!

A partir deste post quero contar para vocês um pouco da história da gravação do primeiro cd do Coral Vozes do Coração. Algumas curiosidades e bastidores desse trabalho que levou alguns meses para ficar pronto.

A música VEM COMIGO, por exemplo, tem uma história bem interessante e o acaso é que deu à ela o formato que vocês escutam no cd. Mas, antes, deixe-me contar um pouco da composição.

Como de costume, por muitas vezes sento no tapete da sala e fico com o violão no colo tocando coisas sem sentido, brincando com o violão, de tevê ligada, internet ao lado... sem maiores pretensões. Me lembro que a melodia do refrão surgiu muito forte em minha mente e aquilo me chamou atenção. Tratei de escrever uma letra que pudesse ser cantada junto com aquela melodia. Anotei em um papel e deixei de lado.

Só no dia seguinte que retomei a idéia. Peguei novamente o violão, caneta e papel e resolvi escrever sobre a amizade. Decidi escrever sobre uma situação de certa forma comum, dois amigos, um cristão e o outro distante da religião, onde o amigo cristão vive chamando o outro amigo a se livrar do perigo e seguir uma religião. Mesmo fazendo isso insistentemente, a ponto de se cansar de tanto convidar.

Os ensaios começaram, passamos a música nova aos integrantes do coral. Porém devido a compromissos tivemos que refazer a programação dos ensaios e acabamos deixando para ensaiar essa música mais pra frente. Semana vai, semana vem, chegou o dia de ir para o estúdio e colocar voz nessa música. Mas como, se não tínhamos ensaiado ela? Foi apenas um ensaio. Muito pouco para que todos aprendessem a música, ninguém havia memorizado a música ainda. Então tive a idéia de fazer dessa música uma espécie de We Are The World, onde cada um canta um pedacinho e no refrão todos cantam juntos. Afinal, seria mais fácil ensinar uma frase para a pessoa, do que a música toda. Consultei os outros coordenadores do coral e gostaram da idéia. Escolhemos as pessoas que iriam gravar as vozes individuais, ensaiamos separadamente com elas ali mesmo no estúdio, dez minutos antes de começarmos a gravar, cada uma aprendeu sua frase, e pronto, gravamos!

A música era pra ser cantada em coro, mas devido aos poucos ensaios acabamos optando por gravar voz a voz, individual. Agora fico pensando, será que nossos bons amigos lá de cima já não estavam programando isso e trataram de encaminhar as coisas para esse formato? Ahm...?!?! Pois foi realmente muito legal, se pensarmos bem tem tudo a ver, o fato de cada um cantar uma parte da música, trouxe para a música uma coisa de coletivo, de amizade, de colaboração e cooperação que é o sentido real da letra da música.

Foi muito bacana ver o espírito de cooperação entre os coralistas. Todos se envolvendo na idéia e torcendo pelo outro companheiro. Tiramos várias lições nesse dia. Vimos que o sucesso coletivo depende da dedicação individual de cada um, aprendemos que quando cada um faz sua parte com carinho o resultado é positivo para todos.

Ao final de cada gravação individual todos aplaudiam com alegria. Foi muito gostoso ver essa energia que o grupo todo emanava ao amigo que estava gravando. Os olhinhos brilhavam, o ambiente estava realmente envolvido em vibrações de fraternidade e amor.

Não houve nada que não fosse positivo. Prefiro chamar tudo que aconteceu naquele dia de “experiências engrandecedoras” e ver tudo pelo lado positivo. Tudo serve de crescimento. Foi tudo realmente como devia ser, maravilhoso para aquele momento alegre que nosso coral viva.

O resultado está aqui:

http://www.youtube.com/user/gustavomusalemes#p/a/u/1/Rujv_ST84PQ

Espero que gostem.

Abraços sinceros.

Muita paz!

CANAL NO YOUTUBE

Olá amigos,

Estou passando por aqui para comunicar à vocês que criei um canal no YouTube para divulgar as músicas do "VOZES" através de clips.
Já são quatro canções que ganharam clips e podem ser ouvidas a qualquer momento: A hora do passe, Vem Comigo, Vozes do Coração e Aos pés do monte.
Em breve farei aqui no blog o comentário sobre cada uma delas.
É isso! Quem quiser conferir nosso trabalho basta clicar em www.youtube.com/gustavomusalemes e escutar à vontade.

Muita paz!

DIAS MELHORES

Olá amigos,

Preciso pedir desculpas pelo meu atraso. Prometi o texto para semana passada e realmente não tive como escrevê-lo devido à correria do lançamento do nosso cd.

Como sabem, faço parte do coral Vozes do Coração, da Associação Espírita Allan Kardec de Rio preto/SP, e acabamos de lançar nosso primeiro Cd com 10 faixas e deu um trabalhão organizar o show de lançamento desse álbum. Porém, correu tudo bem. A noite foi agradabilíssima, iluminada e emocionante. Guardarei comigo esse 03 de setembro de 2011 como um dia especial.

Mas vamos lá... Jota Quest me inspira uma reflexão sobre a canção Dias Melhores, de Rogério Flausino, afinal é isso que vivemos esperando, dias melhores; não é mesmo?

http://www.youtube.com/watch?v=BDgHkokWs9k

E logo de cara a música já diz exatamente isso: “vivemos esperando o dia em que seremos melhores, melhores na dor, melhores no amor..” e por aí vai... Mas o que seria propriamente ser melhor na dor e no amor?

Talvez entender as dificuldades da vida e manter a fé e a cabeça erguida diante das dores e das dificuldades. Há muitas pessoas que diante de um pequeno problema se vitimizam, se consideram as mais infelizes do mundo, se afundam em lamentações e se entregam a dor e a derrota que a situação impõe. Ser melhor na dor é erguer a cabeça, encarar o problema, a dor... Solucioná-lo! Lutar contra ele, encará-lo de frente, olhar pra ele olho no olho e dizer “eu posso com você” e acreditar na vitória. Jesus, governador maior desse planeta, nos disse muito claramente “Eu sou o bom pastor, nenhuma das ovelhas que meu Pai me confiou se perderá”, e sendo assim nenhuma dor nos afastará do caminho, cientes que Jesus está no comando, basta fé e trabalho.

Em um samba muito conhecido, chamado Maneiras de Beth Carvalho, diz-se “Mas digo sinceramente, na vida a coisa mais feia, é gente que vive chorando de barriga cheia..” Aceite sua dor, supere-a. Entenda que ter problemas na vida é inevitável, vencê-los é opcional!

Agora, melhores no amor, também requer uma reflexão. Amar de peito aberto, coração puro e alma transparente. Amar pela metade não vale. Se for pra amar que seja por inteiro, de corpo, alma e coração. Não se importando em ser correspondido. Amor não se pede, se dá. É claro que todos querem ser correspondidos, mas se não for, já valeu por ter amado. Emitir vibrações de amor é um bálsamo de luz mágico em nossas vidas, tanto para quem emite, como para quem o recebe.

Aceitar o amor recebido sem orgulho, se deixar amar. Também em outra canção, dessa vez do Paralamas do Sucesso, Herbert Viana diz que “saber amar, é saber deixar alguém te amar..” (http://www.youtube.com/watch?v=2lC3df5BaA4) e assim amigos, seremos melhores no amor também. Transformar esse sentimento sublime, e fazer com que ele nos transforme.

Amor precisa servir para algo. Não basta pegar o amor, colocar na estante, exibir aos amigos como um troféu e não ter serventia alguma. É preciso que esse sentimento nos transforme, nos modifique, nos toque lá dentro e traga a tona um ser especial que mora dentro de nós.

Dias melhores pra gente, pra sempre!

Muita paz!

TENTE OUTRA VEZ

Olá amigos,

Agradeço vocês pela visita mais uma vez, e por me darem a oportunidade de praticar aquilo que gosto de fazer: escrever. Escrever é sempre uma oportunidade de deixar documentado aquilo que se pensa, mesmo que amanhã ou depois sua opinião mude, mas em algum momento de sua vida aquilo representou o que você pensava, e isso importa bastante.

“Veja, não diga que a canção está perdida... tente outra vez!” Essas são as palavras do grande Raul Seixas, ícone nacional do rock, e são por elas que quero nortear meus pensamentos de hoje.

http://www.youtube.com/watch?v=Ef7jUQOCjS0&feature=fvst

As situações contrárias são constantes em nossas vidas nos impondo obstáculos e dificuldades para atingirmos um objetivo, que por muitas vezes requer persistência, dedicação e muitas tentativas. Nem sempre as coisas se resolver assim, logo de cara, na primeira tentativa.

O fato de não ter dado certo logo de cara não é sinal de que nunca dará. A vida apenas está pedindo que sejamos um pouco mais persistentes com as coisas que queremos. Tente outra vez, faça de novo, e nesse período de tentativas inacertadas muitas lições surgirão fazendo com que o resultado seja muito mais prazeroso.

Na natureza os peixes precisam subir as barragens das usinas para poder desovar em águas mansas e garantir a existência da espécie, é aquilo que chamamos de piracema. São inúmeras tentativas para transpor a barragem. Na primeira delas a correnteza do rio é contrária, na segunda delas, a água que desce da usina é muito forte, na terceira a parede é muito alta... e assim por diante. As dificuldades vão aparecendo, porém os peixes continuam ali tentando, até que........... conseguem!

“Queira, basta ser sincero e desejar profundo. Você será capaz de sacudir o mundo, tente outra vez. Tente, e não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida, tente outra vez!”

Amigos, não desistamos na primeira dificuldade. Tenhamos fé em Deus, fé na vida. É preciso persistir. Todas as situações têm soluções. Nada é insolucionável!

Gosto muito de um trecho do filme Rock 5, onde o personagem Rock Balboa de Silvester Stallone conversa com o filho e lhe diz palavras de incentivo para seguir a diante, e argumenta dizendo que na luta da vida não vence aquele que mais bate e nunca vai ao chão, mas sim aquele que mesmo caindo várias vezes sempre se levanta. A vida às vezes colocará você de joelhos por diversas vezes, mas a única coisa que ela quer de você é que você se levante e continue lutando. Belo ensinamento que essa passagem do filme nos trás.

http://www.youtube.com/watch?v=pxQ5SKll8vg

Brasileiro é aquele que tem fama de não desistir nunca. Então sejamos brasileiros, sejamos lutadores, sejamos persistentes, ergamos nossa cabeça e vamos pra luta enfrentar a vida de cabeça erguida, pois pode demorar uma, duas, três ou dezenas de tentativas, eu lhes digo com convicção: TENTE OUTRA VEZ!

Muita paz!

REFORMA ÍNTIMA

Olá amigos, obrigado pela presença de vocês no blog. Durante alguns dias não pude atualizar os textos aqui, e alguns de vocês me perguntavam via MSN ou redes-sociais quando eu iria atualizar o blog, sinal que o hábito da leitura do blog realmente se estabeleceu. Fico feliz por isso, e peço desculpas pela minha demora. Mas vamos lá!

Não acredito em mudanças repentinas. Acredito em mudanças. Isso sim! Penso que elas aconteçam a passos de formiga, e não a arranques de fórmula 1. E isso vale para tudo, inclusive para a fé, religião, ou qualquer coisa que valha. A mudança sólida é baseada em vivências que nos faz refletir sobre certos pontos de vista e dia a dia nos mostra outro lado de um mesmo assunto levando nossa consciência a pensar diferente. Aí mudamos.

Somos hoje, reflexo daquilo que vivenciamos ao longo de toda uma trajetória, que com seus percalços, planta em nós idéias diferentes a nos levam a uma outra forma de encarar as coisas.

O Espiritismo, o consolador prometido, nos propõe a reforma íntima. Aquela que você analisa seus comportamentos, identifica seus erros e luta para modificá-los. Não tendo no êxito propriamente dito o sucesso do processo. “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações”, frase de Allan Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo. Veja que Kardec nos orienta da importância da transformação interna e do esforço em domar as más tendências, não sendo relevante o êxito em domar, aquele que se esforça e luta para vencer as inclinações ruins já faz algo relevante.

Evidente que havendo êxito o merecimento é maior, a reforma íntima é mais ampla, mas esforçar-se para superar alguma mazela pessoal é o que realmente importa.

Essa citação preciosa de Kardec nos explica algumas indagações que aqueles que seguem o espiritismo recebem na rua: “Poxa, você fez tal coisa. Como pode? Você se diz espírita, e erra desse jeito?!”, a resposta para isso é exatamente o que acabamos de ver segundo Kardec: “Sou espírita sim, porém sou humano, e portanto passível de erro. Ainda estou em processo de lutar contra as tendências ruins, vencê-las ou não é pessoal, mas o esforço que cada um faz para não cair em tentações é íntimo de cada um.”. Não nos cabe julgar o companheiro de seus insucessos contra atitudes tidas como erradas. Somente ele sabe a luta que ele faz para não cometer tal coisa, mesmo ainda cometendo.

Tal lição é uma prova de amor que o Espiritismo nos ensina, respeitando o próximo e entendendo seus tropeços sem julgá-lo, afinal o quanto ele lutou contra si antes de fazer certa coisa a gente nunca sabe.

Abraços fraternos a todos!

Muita paz!

NOS BAILES DA VIDA

Olá amigos! Obrigado mais uma vez aos irmãos e irmãs que visitam esse blog, e buscam mensagens novas a cada semana. Como dito inúmeras vezes, esse Blog apóia-se em músicas populares para debater um assunto qualquer. E hoje vou puxar a sardinha pro meu lado, com a licença de vocês, mas quero comentar a letra de uma música que me retrata. Por muitos e muitos anos essa canção foi a tônica da minha vida, e ouvi-la é sempre um balde de nostalgia para mim.

NOS BAILES DA VIDA
(Fernando Brant / Milton Nascimento)

Foi nos bailes da vida ou num bar em troca de pão
Que muita gente boa pôs o pé na profissão.
De tocar um instrumento e de cantar
Não importando se quem pagou quis ouvir
Foi assim

Cantar era buscar o caminho que vai dar no sol
Tenho comigo as lembranças do que eu era
Para cantar nada era longe tudo tão bom
Até a estrada de terra na boléia de caminhão
Era assim

Com a roupa encharcada e a alma repleta de chão
Todo artista tem de ir aonde o povo está
Se for assim, assim será
Cantando me disfarço e não me canso
de viver nem de cantar

http://www.youtube.com/watch?v=9S4d_SF8FkY

Lindíssima canção! Ah, quantos e quantos bailes não animei?! Em troca de pão, literalmente, sendo que isso era o que menos importava, o que nos movia era outra coisa. Vi muitos artistas talentosíssimos começarem suas carreiras, e sumirem sem nunca terem tido uma oportunidade grande.

Nada era longe. Me lembro de shows no Mato Grosso enfrentando inacabáveis 31 horas (somente de ida) de ônibus e caminhão em estrada de terra, exatamente como diz a música. Simplesmente para chegar lá, subir no palco, tocar umas músicas e vir embora. E não foi só uma vez não... Era assim!

O artista realmente tem de ir onde o povo está, essa frase é realíssima. Se é lá que nos querem, lá iremos, mesmo que leve horas e exija sacrifício. Foi sensacional passar por cada cidade que passei ao longo de quase 14 anos viajando com bandas. Abraçar cada pessoa que abracei, cada olhinho que fiz brilhar, romances que certamente começaram ao som de nossas canções, autógrafos que assinei com carinho, coisas que não tem preço, e não ficam pela estrada, trago comigo guardadas dentro de um peito saudoso e cheio de lembrança boa.

Tocando me disfarço. Visto minha fantasia imaginária de super-herói, deixo de ser o Gustavo Musa e naquele momento sou quem eu quiser ser com a força de meu pensamento. Levito, transbordo, entro em êxtase, tenho forças, poderes utópicos, um violão no colo me leva onde eu quero e não me canso de viver, nem de tocar! Não sei se essas palavras são de possível compreensão a quem nunca subiu em um palco e levou emoção às pessoas, mas quem já fez isso sabe exatamente a magia de um palco.

Nasci para isso. Não me restam dúvidas. E não tem nada a ver com ser bom, ou ser ruim... talvez eu seja bem ruim, mas nasci para fazer isso. Certamente em algum momento dessa minha existência eu seria apresentado a um violão. Carrego isso comigo, e não é de hoje, podem crer!

Mas qual a lição espírita a tirar disso?

Muitas! Incontáveis!

A primeira delas é a de se lutar por um sonho, por um objetivo. Fazer aquilo que se gosta e julga correto, independente do “pão” que se receba em troca. Cientes de fazer o melhor, o resultado positivo a frente é conseqüência natural do trabalho.

Lição que pode ser aplicada em nosso dia-dia. Em nosso trabalho, nossa vida, nossa família, fazermos o melhor sem esperar nada em troca.

Segunda lição, a que ninguém agrada a todos. Essa é indiscutível. Por mais que nos esforçássemos na tentativa de agradar a todos, evidente que isso não acontecia. Lutávamos para agradar o maior número de pessoas possível. Sempre haviam os insatisfeitos. No começo isso nos abalava, depois aprendemos a ver isso de outra forma.

Mais uma lição que está impregnada em nossos dias. Ao nosso redor sempre haverá alguém que nos desafie, que dirá que faria melhor, que não fizemos certo, e compreender isso sem maiores importunos é gesto de amor. Aceitar o outro com sua opinião e em seu momento atual. Principalmente se você está a frente de alguma coisa, de uma empresa, de um grupo de pessoas, seja o que for. Entenda as opiniões contrarias, não se abale por elas, e bola pra frente. O importante é fazer o justo segundo seu coração mandar. Errar é humano, erros de nossa parte acontecerão, o que não deve haver é a má fá, errar com intenção de prejudicar alguém. Do contrário, relaxe e siga seu caminho. Lembre-se que nem nosso Mestre maior, Jesus Cristo agradou a todos.

São inúmeras as lições que se tira depois de anos e anos na estrada com um violão nas costas e um teclado na bagagem.

Agradeço a você pela leitura, espero ter colaborado com as palavras, que como disse, hoje puxei a sardinha pro meu lado sem modéstia alguma.

Muita paz!